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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

17.- CADEIRANTE + CADEIRA DE RODAS: UM (QUASE) ÍCARO

Porto Alegre * Ano 5 # 1659

Hoje é um dia muito especial. Tenho três turnos no Centro Universitário Metodista do IPA, sendo que o da manhã é o mais significativo e prenhe de emoções. Durante os três turnos prossegue o XI Seminário de Pedagogia Universitária, que começou ontem.

Nas atividades inaugurais houve primeiro a apresentação da Política de Acessibilidade Universal com o Grupo de trabalho de Implementação desta Política no Centro Universitário Metodista do IPA.

Após houve uma mesa com três momentos:

1º “Diretrizes para o Centro Universitário Metodista” nas proposições do Professor Doutor Norberto da Cunha Garin e do Professor Mestre Roberto Pontes da Fonseca; o primeiro encerrando a gestão como Reitor e segundo apresentando-se pela primeira vez como Reitor.

2o “Princípios da Educação Metodista e o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI” quando o Professor Doutor Edgar Zanini Timm, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação trouxe as diretrizes da Igreja Metodista para a Educação.

3o Sistema Integrado de Gestão de Aprendizagem – SIGA onde Professor Doutor Davi Nelson Betts, diretor de tecnologia da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) mostrou novas possibilidade da tecnologia (= é tudo que foi inventado depois que você nasceu, segundo o conferencista) e mostrou o novo sistema de gerenciamento acadêmico que passa a ser usado em toda a rede metodista do Brasil.

A situação muito especial desta manhã é a defesa da dissertação CADEIRANTE + CADEIRA DE RODAS: UM (QUASE) ÍCARO QUE BUSCA A INCLUSÃO SOCIAL E INDIVIDUAL – UM ESTUDO DE CASO no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão pela mestranda Thaíssa de Oliveira Haas. Estarão comigo na banca o Prof. Dr. Jerri Luiz Ribeiro, coordenador do Mestrado e a Profª. Dra. Ane Lise Dalcul, coordenadora do curso de Engenharia de Produção.

Há pelo menos uma situação que faz esta defesa muito especial. Numa dimensão pessoal do orientador preciso destacar que mesmo sendo a 22ª dissertação que orientei que chega à defesa e mesmo que no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão já tenha orientados as dissertações da Ana Elizabeth Kautzmann e aa Sarisa da Rosa Barbosa [estas iniciaram suas dissertações com o Prof. Dr Atos Falkembach (1968-2010)], a Thaíssa é a primeira de minhas orientandas do IPA que começou o trabalho comigo.

A Thaíssa é psicóloga que teve um extenso trabalho na “Sala de Recursos do IPA e atualmente exerce suas atividades em clínica, envolveu-se muito com cadeirantes. Este parece ser um trabalho muito significativo dentro das propostas de um mestrado profissional.

A dissertação é estimulada pela reflexão acerca de leis de amparo aos deficientes e pelo entendimento de que elas não bastam para que a inclusão se dê. Há a pretensão de se poder uma contribuir com as pesquisas envolvendo cadeirantes e sua relação com o próprio mundo interno e o externo em que vivem, ligadas à tecnologia facilitadora da sua locomoção e independência, quando a possuem como uma opção disponível em sua vida. A Thaíssa examina como o uso de uma “adaptação” de uma parte do corpo que não funciona ou que não existe mais contribui para o seu desenvolvimento psíquico e para as suas relações sociais e afetivas. Isso tudo é possibilitado pela realização de um estudo de caso com um sujeito cadeirante e pelo entendimento deste estudo utilizando as contribuições de Melanie Klein e de Donald Winnicott, dois importantes autores da teoria psicanalítica.

Os sonhos primevos de voar da humanidade, numa leitura Ocidental se iniciaram com Ícaro – com sua audácia em ousar nos planos estabelecido pelo pai Dédalo – recomendação de Dédalo, quando constrói as asas com penas em cera para escapar do labirinto, era que não voassem muito baixo para que a umidade do mar não encharcasse as penas e nem muito alto para que o sol não derretesse a cera. Daí que se teve a ideia de nomear ficticiamente o sujeito da pesquisa como Ícaro, pela sua continuada tentativa de dar asas ao corpo que a natureza desproveu de pernas aptas para caminhar.

É muito significativo dividir as emoções da Thaíssa e as minhas com meus leitores. Esta defesa faz diferente esta quinta-feira. Desejo que ela seja também frutuosa para cada uma e cada um. Para amanhã há um convite de nos lermos aqui, uma vez mais.

2 comentários:

  1. Ave Chassot,

    estou de volta em Terra Brasilis Portus Alacris. Adorei as crônicas de ontem e de hoje.
    O laconismo do meu comentário deve-se ao cansaço acumulado da viagem. Em breve voltarei mais criativo.
    Grande abraço,
    Guy.

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  2. Meu querido Guy,
    seja benvindo a nossa Porto Alegre. Acostumado a tuas postagem, creditei com acerto ao jejum que tivemos aos teus translados.
    Obrigado e nos encontremos ao vivo em breve.
    Na permanente escuta
    attico chassot

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