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quinta-feira, 31 de março de 2011

31,- No ocaso de março: algo do dia de um mestre-escola

Porto Alegre * Ano 5 # 1701

Eis nos no ocaso do primeiro trimestre de 2011. Não termina um março qualquer. Termina o mês que fiz comemorativo de meu 50tenário de professor.

Antes de comentar esse março especial, algo irritante da noite de ontem. Tentávamos, Gelsa e eu, ver algo da despedida que o Brasil comovido prestava ao ex-Vice-presidente José Alencar em um canal de TV fechado. Era impossível. Um repórter, quase tão imbecil quanto o Bial, papagaiava sobre as cerimônias religiosas impedindo que se ouvisse as falas e os cantos dos atos de ‘encomendação do corpo’. Ele se achava mais importante que os bispos e repetia inúmeras vezes obviedades como a Presidenta Dilma e o ex-Presidente Lula já chegaram de Portugal (quando se via os mesmos na cerimônia). A cada minuto repetia que ‘amanhã o corpo será levado a Belo Horizonte’; ‘amanhã haverá velório no Palácio da Liberdade’; ‘às 14h o corpo será cremado em Contagem’. Enfim um desrespeito aos telespectadores que tiveram frustrada a tentativa de assistir às exéquias do pranteado morto.

Mas deixo de lado minha irritação. Foi muito bom compartir com meus queridos leitores os dulçores de finalizarmos juntos, no histórico 13 de março o Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto e ter submetido a publicação um volume de quase 380 páginas viajando por 51 capítulos, iniciados com os anos de 1961 a 2011. Isto foi para mim um feito memorável. Também evocamos a minha primeira aula em 13 de março de 1961 e depois, em tempo presente, vivemos as inaugurações das atividades letivas no Colégio Santa Emília em Olinda, na FURB de Blumenau em duas situações: à tarde no Mestrado e à noite nas Licenciaturas, na Universidade do Adulto Maior, na Unicamp, na licenciatura integrada de Física e Química, na UFMS no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e nesta segunda-feira para alunos de sete cursos no DC Shopping do IPA.

Também nesta abertura do 51º ano letivo trouxe repetidas vezes comentários de uma nova disciplina que ministro: Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa que ministro para alunas e alunos de licenciatura em Música, Educação Física e Filosofia. É acerca desta experiência que queria contar um pouco, quando este blogue, que ás vezes é diário de um viajor (como quando no mês passado narrou sete dias em Nova York ou no fim de semana em Bonito) em outros momentos é cátedra de História e Filosofia da Ciência como quando há poucos dias, durante uma semana celebramos o centenário da descoberta do núcleo atômico ou como ele é mais frequente, como hoje, diário de um mestre escola.

A disciplina tem como ementa: “aborda as diferentes escolas em teoria do conhecimento e filosofia da linguagem, discurso e comunicação. A teoria dos ‘atos de fala’ e os processos comunicativos orientados ao entendimento mútuo. A teoria da ação comunicativa e seus críticos. A linguagem como entendimento e condição de possibilidade da experiência educativa. Deliberação e processos democráticos de tomada de decisão. Comunicação, ética e práticas educacionais”.

Durante três encontros estamos trabalhando o texto, que está assim referenciado:

CHASSOT, Attico. Dialogo de aprendentes, in MALDANER, Otavio Aloisio (Organizador); SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos (Organizador). p. 23-50 Ijuí: Ensino de Química em Foco Editora Unijuí, 2010, 368 p. 15 X 21 cm. Preço: R$ 55,00 ISBN 978-85-7429-888-7

O capítulo do livro referido é apresentado sob forma de um diálogo internético entre uma jovem aluna, que cursa a segunda metade do curso de licenciatura em Química e um professor que há muito se envolve com a formação de docentes para a área das Ciências da Natureza. O ponto de partida são interrogações que Maria Clara, uma jovem estudante de uma instituição no interior da Amazônia, faz para Giordano, um professor já mais experiente. Aqui termina a ficção.

O capítulo se constrói com uma produção real formada por mensagens, consultas e comentários no blogue que o autor do capítulo recebe. Nas respostas este traz seu ponto de vista, analisa postura de outros teóricos, recomenda leituras de textos e apresenta sugestões de como abordar determinados assuntos que envolvem uma alfabetização científica em um espectro muito amplo. Tudo está centrado em termos daquilo que é central no capítulo: ‘Educação científica para cidadania’. Há uma continuada troca entre a aluna e o professor. Ambos fazem tessituras com as aprendizagens de uma e de outro. Nessa troca de experiência o autor faz uma arqueologia de seus textos e postula uma expansão de fronteiras para Educação Científica e Alfabetização científica.

Os estudantes receberam o texto com bastante antecipação, pois tem 26 páginas e tal extensão de leitura não muito trivial para a maioria dos alunos. Em uma das aulas passei a seguinte tarefa individual, para ser apresentada por escrito na semana seguinte: elaborar um texto de no mínimo 20 linhas e no máximo 50, podendo escolher qualquer gênero: resenha, relato científico, crônica, poesia (ou cordel), história em quadrinho, carta, mensagem eletrônica, dialogo telefônico.

Na semana seguinte, cada aluno recebeu um dos textos produzido por outro colega com tarefa de lê-lo criticamente, e elaborar acerca do mesmo um parecer por escrito [Numa próxima edição talvez pudesse ser realizada esse passo como tarefa extraclasse]. Aqui foi aberto um espaço acerca de elaboração de um parecer com exigências como estar na 3ª pessoa do singular, marcado por possibilidades (não certezas) e que fosse decisivo para outro leitor como sugestão (ou não) de leitura.

Quando todos terminaram esta tarefa, passou-se a leitura de pareceres. Ao final de cada leitura o grupo decide, baseado no parecer, se deseja ouvir o texto. Invariavelmente, qualquer que fosse o parecer, há a decisão de conhecer o texto. Então se estabelecem discussões acerca do texto analisado e sua confrontação com o parecer.

É fácil inferir a riqueza dos debates tanto acerca de parecer de 5 linhas como das produções individuais um pouco mais extensas e também as correlações com o texto seminal proposto para responder detalhes da ementa como “teoria dos ‘atos de fala’ e os processos comunicativos orientados ao entendimento mútuo. [...] Deliberação e processos democráticos de tomada de decisão.

É muito significativo registrar o quanto os meus alunos que estão fazendo estágio se identificam com as angústias e com as ousadias de Maria Clara, como eles envolvida com sua prática pedagógica.

Na manhã do próximo sábado, por Skipe, vamos tentar algo semelhante com os alunos de Prática Pedagógica III: Física no Ensino Médio na FACOS de Osório, orientados pelo José Fernando Cánovas de Moura. Eles estão trabalhando o mesmo texto.

Neste ocaso de março, foi muito bom partilhar este relato aqui. Agora o convite para nos lermos, mais uma vez aqui, na inauguração de abril. Até lá, no desejo que para cada uma e cada um ocorra o melhor.

quarta-feira, 30 de março de 2011

30.- ¿...e a usina nuclear de Fukushima?

Porto Alegre * Ano 5 # 1700

Foi-se José Alencar:
Em busca da eternidade...
Sua alma agora voa:
Nos ares da liberdade...
Sua luta foi exemplo:
Partiu e deixou saudade...

Gustavo Dourado

Mais uma postagem que ocorre na abertura de uma quarta-feira, quando regressei há não muito da aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para a turma de Educação Física e Filosofia. Poderia fazer uma blogada só sobre a aula de hoje a noite, tala a riqueza de discussão.

A morte que enluta a abertura foi assunto na hora da rodinha. Foi significativo ver quanto ao lado de reconhecerem no ex-vice-presidente um guerreiro destemido exemplo de garra na luta pela vida, é também um ícone de quanto a Medicina de ponta está a serviço dos bem aquinhoados. Isso ensejou uma discussão sobre eutanásia e ortotánasia, que levou a comentários do filme “Mar adentro” (2004) e seu diretor Alejandro Amenábar levou a outro filme: Ágora e neste a história de Hipácia e desta chegamos a Giordano Bruno. Tudo isso foi apenas foi prelúdio para uma excelente discussão do texto diálogo de aprendentes. Mas isso será pauta para outra edição.

Já fui, não sem razão, questionado por mais de um leitor, porque este blogue não se comenta nada acerca das tragédias do Japão. É algo justificável esse questionamento a um blogue que se propõe fazer alfabetização científica.

Acerca das três maldições que assolam o Japão: terremotos, tsunami e acidente nuclear, provavelmente, é a radioatividade a mais perniciosa e assustadora. Então, sobre ela que se faz a edição de hoje.

Trago, marcado por esta omissão acerca do Japão um texto publicado em ‘Um blog que pensa www.jairclopes.blogspot.com editado por Jair Lopes desde Florianópolis. Agradeço ao distinguido leitor deste blogue a permissão para publicação. Também adito como sugestão de leitura eu prestigiado blogue.

No momento que o mundo está apreensivo com o que pode acontecer em decorrência dos vazamentos radioativos da usina nuclear de Fukushima no Japão, nunca é demais relembrar o quando pode ser perigosa essa forma de energia “domada” pelo homem para fins bélicos e pacíficos. Recordemos que as únicas bombas nucleares usadas contra populações civis foram aquelas lançadas pelos estadunidenses em Hiroshima e Nagasaki em 1945, com objetivo de colocar um término na guerra.Depois da guerra e, especialmente depois de 1949 quando a URSS explodiu sua primeira arma nuclear, os EUA passaram a investir pesado na fabricação dos artefatos atômicos. Sua principal fábrica de bombas era a Hanford Engineering Works, na margem esquerda do rio Columbia, no estado de Washington. Durante os 50 anos seguintes, Hanford liberou bilhões de litros de rejeitos radioativos no rio Columbia e deixou parte dessa matéria atingir o lençol freático. Calcula-se que a necessária faxina para esses 50 anos de irresponsabilidade nuclear deva durar 75 anos, custará em torno de 500 bilhões de dólares, e não haverá garantia que o resultado seja de limpeza total.

Desafiados pelos propósitos estadunidenses, os soviéticos construíram um enorme complexo de armas nucleares e fizeram a maior parte de seus testes no Cazaquistão. Despejaram seus dejetos no mar, principalmente no oceano Ártico. O centro de reprocessamento de combustível nuclear no oeste da Sibéria é o ponto mais radioativo do Planeta. O local contém 50 vezes mais plutônio que Hanford. O potencial de letalidade desses lugares é algo para ser equacionado ainda, não existem parâmetros, nem mesmo em Hiroshima e Nagasaki, para avaliar se algum dia essas áreas poderão ser ocupadas por seres humanos.

Numa inversão de uso aparentemente louvável, de uma força que havia sido criada para destruição, URSS, EUA e Grã-Bretanha, logo depois da guerra iniciaram construções de usinas nucleares para transformar energia térmica oriunda da fissão de átomos, em energia elétrica. Como veremos, grande pisada na bola. Hoje existem no mundo 437 usinas nucleares em operação, mas nenhuma delas é viável comercialmente, todas só sobrevivem com pesados subsídios. Um kilowatt-hora de energia nuclear custa em média 16 centavos de dólar, contra 7 centavos da energia de combustível fóssil e menos de 5 centavos da energia hidroelétrica. E não existe qualquer meio conhecido de se livrar das varetas de combustível nuclear depois de usadas, elas continuam “quentes” por milhares de anos.

Até quando uma usina, como Chernobil, “não dá certo” o custo de fechamento é altíssimo. Quando houve acidente naquela usina em 1986, a liberação de vapor radioativo foi centenas de vezes maior que a radiação das bombas jogadas sobre o Japão. Para “limpar” a área e a própria usina foram empregados 750 mil militares e operários comuns, provavelmente um terço dos quais recebeu doses tais de radiação que, ou desenvolveram câncer, correm o risco de desenvolvê-lo ou já morreram pela exposição à radioatividade. A quantidade exata de mortos é desconhecida e talvez jamais seja revelada, porque a Rússia esconde dados da opinião pública, mas sabe-se que os números são alarmantes. Além disso, houve grave contaminação de alimentos, água e ar em vários países da Europa. Até hoje, amoras vendidas no mercado de Moscou apresentam níveis de radiação muito elevados. Calcula-se que os efeitos da radiação de Chernobil serão letais por 24 mil anos ainda.

Não precisa ser físico nuclear ou algum cientista altamente qualificado para perceber que o Homo sapiens está, como um cego sem cachorro, pisando num terreno minado do qual ele não sabe onde começa nem onde termina. O homem enveredou por essa trilha apostando todas suas fichas em algo que ele “achava” que ia dar certo, errou e perdeu-se num labirinto mítico. O achismo não é uma ciência exata, o resultado dessa aventura poderá ser a contaminação de extensas áreas do Planeta as quais se tornarão inabitáveis por milhares de anos, e que deixarão uma humanidade que teima em se expandir em progressão geométrica, com espaço cada vez menor de onde tirar seu sustento; rios e águas subterrâneas impraticáveis e radiação cancerígena ao alcance de todos. Será que é esse o mundo que desejamos deixar para nossos netos, porque um dia “achamos” que havíamos domado o átomo?

O Homo sapiens e a natureza estão, mais uma vez, em rota de colisão. No caso da energia nuclear a opção humana inflige graves e irreversíveis danos ao meio ambiente. Se persistirmos nesse caminho estamos colocando em risco o futuro da humanidade. Mudanças de rumo são fundamentais para que possamos ver uma possibilidade de sobrevivência pela frente. Tomara que esse acidente de Fukushima sirva para que as autoridades se motivem a encontrar meios alternativos de produzir energia consumível sem recorrer à fissão de átomos. Não temos o direito de comprometer o futuro do Planeta porque achamos que a energia nuclear pode gerar energia para construir uma civilização cujo conceito é questionável, ou seja, porque achamos que civilização é igual a consumismo desenfreado. JAIR, Floripa, 25/03/11.

Resta aditar votos de uma muito boa quarta-feira a cada uma e cada um. Também sonhar com um novo encontro amanhã.

terça-feira, 29 de março de 2011

29.- Pesquisa identifica declínio da religiosidade

Porto Alegre * Ano 5 # 1699

A manhã de terça-feira começa uma sensação de frio, típico do que se chamava de ‘meia-estação’ (entre o verão e o inverno). Nesta edição antes de trazer o assunto que se faz portada apresento um comentário, em três tempos, acerca de uma segunda-feira, onde as piraputangas, em cartaz, quando do relato dos dias de Bonito, já estão distantes.

Na manhã na aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para a turma de Licenciatura em Música o cansaço físico acumulado nos dias turísticos foi logo esquecido quando uma das alunas que mais participa diz ‘lendo o seu texto da para aula de hoje concluí que o senhor é muito filé para o nosso churrasco!’.

À tarde na aula da Universidade do Adulto Maior ensaiamos uma pesquisa que os participantes farão ao olharem as gerações dos seus avós e pais e também dos filhos dos netos. Após a aula recebo esta mensagem: “Caríssimo Mestre, ainda que minha atitude de aluna sua, pela terceira vez, não careça ser justificada, envio-lhe esse texto, de minha autoria, publicado no jornal de minha cidade natal. O envio diz da minha alegria em poder me valer de suas colocações em sala de aula, quando nos convida a refletir sobre a visão através de ‘óculos’. O Senhor é demais! Que Deus continue lhe abençoando muito! Um abração, Sônia”

À noite a aula inaugural O que é Ciência afinal? reuniu no auditório do Campus do DC Shopping com 260 lugares plenamente ocupado por professores e alunos dos cursos das Engenharias Civil, da Produção, de Computação, de Arquitetura e Urbanismo, de Design de Modas, Design de Interiores e de Análise e de Desenvolvimento de Sistema. A maneira atenta do auditório me encantou e ao final recebi um cartão e um totem que representa a amizade com o Colegiado Ampliado das Engenharias, Tecnologia e Artes do Centro Universitário Metodista do IPA. Das várias manifestações de discentes e docentes de agrado com a fala, destaco a de uma professora de Design de modas afirmando o quanto a palestra pareceu oportuna para seus alunos.


O assunto que se faz chamada no frontispício foi enviado pelo meu colega Prof. Dr. Jerri Luiz Ribeiro, Coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Reabilitação e Inclusão. Aborda a projeção feita por cientistas estadunidenses baseada em dados de censo identifica declínio da religiosidade em nações como Austrália, Holanda e Canadá

Sobre o tema o sítio www.sissaude.com.br do Sistema Integrado de informação em Saúde do Rio Grande do Sul publicou estudo que indica que religião pode ser extinta em 9 países ricos.

Uma pesquisa baseada em dados do censo e projeções de nove países ricos constatou que a religião poderá ser extinta nessas nações. Analisando censos colhidos desde o século 19, o estudo identificou uma tendência de aumento no número de pessoas que afirma não ter religião na Austrália, Áustria, Canadá, República Checa, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia e Suíça.
Através de um modelo de progressão matemática, o estudo, divulgada em um encontro da American Physical Society, na cidade estadunidense de Dallas, indica que o número de pessoas com religião vai praticamente deixar de existir nestes países.
''Em muitas democracias seculares modernas, há uma crescente tendência de pessoas que se identificam como não tendo uma religião; na Holanda, o índice foi de 40%, e o mais elevado foi o registrado na República Checa, que chegou a 60%'', afirmou Richard Wiener, da Research Corporation for Science Advancement, do departamento de física da Universidade do Arizona.

O estudo projetou que na Holanda, por exemplo, até 2050, 70% dos holandeses não estarão seguindo religião alguma.

A pesquisa seguiu um modelo de dinâmica não-linear que tenta levar em conta fatores sociais que influenciam uma pessoa a fazer parte de um grupo não-religioso.
A equipe constatou que esses parâmetros eram semelhantes nos vários países pesquisados, resultando na indicação era de que a religião neles está a caminho da extinção.
"É um resultado bastante sugestivo", disse Wiener. "É interessante que um modelo tão simples analise esses dados... e possa sugerir uma tendência." "É óbvio que cada indivíduo é bem mais complicado, mas talvez isso se ajuste naturalmente", disse ele.

Pelas projeções a comprovação certamente não será assistida por muitos. Ainda não analisei resultados sobre este assunto no Censo do Brasil de 2010. Aguardemos.

Que a terça-feira seja agradável para todos. Há um convite para nos lermos aqui amanhã.