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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

18.- Teorias do conhecimento e Educação

Ano 6 *** www.professorchassot.pro.br

*** Edição 1933

Hoje mais uma vez esta postagem é feita a bordo. Viajo (quase imprevistamente) para Frederico Westphalen onde amanhã à tarde e à noite tenho 4 + 4 aulas de Teorias do conhecimento e Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação. Consegui trocar minha viagem e ao invés das 19h30min, parti de Porto Alegre às 22h45min. Isto me permitiu de assistir a conferência da noite Encontro Nacional de Humanidades e Ciências da Saúde na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) polêmico tema: A história da homeopatia no Brasil. A tarde participei, no mesmo evento, de um workshop ‘Gênero e sexualidade’. Foi muito bom ter podido estar integralmente no segundo dia do encontro. Lamento que esta viagem, onde atendo o pedido de uma emergência de substituição de colega me impeça de participar das atividades de amanhã, quando à tarde haverá um um workshop: Historia e Filosofia das Ciências da Saúde e a noite a conferência ‘A visita da vida e da loucura: sobre Michel Foucault’.

O workshop ‘Gênero e sexualidade’ foi conduzidos pelo prof. Dr. Alexandre do Nascimento Almeida e pela prof. Dra. Aline Winter Sudbrack, um e outro da UFCSPA. Foi trabalhado um conjunto de sentenças, acerca do tema da oficina, trazidas pelo Alexandre e pelo Felipe, bolsista do projeto, em que os participantes tinham se posicionar Concordo/discordo. O mote era que “ensaiamos gênero nas nossas interações sociais cotidianas.”

Entre as duas atividades, como no primeiro dia, nos reunimos Villandry, uma das cafeterias da UFCSPA para continuar nosso peripatético filosofar. Tive o privilégio de assentar-me com os participantes da sessão seguinte e com o Éder e o Prof. Guy Barcelos.

A conferência da noite foi proferida pela Prof. Dra. Beatriz Teixeira Weber (UFSM) e mediada pelo prof. Dr. João Carlos Goldani (UFCSPA). É muito bom ouvir uma conferencia apresentada por pessoa como a Beatriz, uma historiadora que demonstra trazer o produto de muito tempo de densos estudos em acerca do tema que discorre. Ela mostrou a chegada ao Brasil e particularmente ao Rio Grande do Sul das propostas do alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann (Meissen, Saxônia, 10 de Abril de 1755 - Paris, 2 de julho de 1843) o fundador da homeopatia em 1779, baseado em descrições de Hipócrates. Similia similibus curantur: "Semelhantes são curados por semelhantes". Base terapêutica da homeopatia. Uma excelente ilustração foi trazida com a publicação de dois periódicos antagônicos. “O anticharlatão” atacando os homeopatas e “O Hahnemannista” na defesa da mesma. Também foi mostrado a ligação da homeopatia com o espiritismo. O prof. Goldani , que professor da história da Medicina, fez uma analise das modificações da Meicina em tempos muito próximo e do poder curativo dos placebos.

Hoje, à tarde e à noite, apresento no Programa de Pós-Graduação em Educação da URI-Frederico Westphalen os dois primeiros (de um total de 10 encontros do seminário. É saboroso, uma vez mais, viver um encontro com uma turma desconhecida e iniciar um seminário que, mesmo envolvendo alguns temas que já estudei bastante, organizá-los para responder uma ementa propõe “estudar as teorias do conhecimento relacionadas à educação, consideradas a partir do paradigma da modernidade e da pós-modernidade e suas implicações nos processos educativos formais e não formais”.

Numa concepção prévia acredito que neste seminário se poderia fazer uma discussão acerca de como se deu / dá /dará a construção do conhecimento. Esta tarde quero apresentar aos mestrandos a apresentação de uma mirada panorâmica na História e Filosofia da Ciência a partir de alguns balizadores como: a Revolução Copernicana (com uma revolucionária transformação do modelo de leitura do Universo que implica na renúncia do geocentrismo e adesão ao hélio centrismo), a Revolução Lavoisierana (que traz uma nova leitura da combustão onde o flogisto desaparece e se explica a mesma pela combinação com o oxigênio e a associação da combustão à respiração), a Revolução Darwiniana (com sua ainda complexa migração do criacionismo ao evolucionismo) e a revolução Freudiana (quando passamos reconhecer que ao consciente podemos associar o inconsciente). A proposta é usar como ferramentas teóricas os estudos de Kuhn e Feyerabend.

Parece significativo, também, trazer leituras não eurocêntricas: Por que não houve revolução científica no Oriente? A Ciência Islâmica. A Ciência na América pré-colombiana. Um leitor mais atento poderia perguntar-se: e onde está a Educação que aparece no título e na ementa Ao lado das 4 revoluções que citei (que marcaram a disciplinarização), trago uma quinta (ainda não batizada): da disciplina à indisciplina.

Depois desta jornada em Frederico Westphalen volto na noite de sexta-feira para sábado para Porto Alegre. Para então, prometo, agora, uma dica de leitura, que penso significativa. Até então.

5 comentários:

  1. Ave Chassot, querido amigo.

    Foi um prazer estar contigo hoje a tarde conversando sobre História da Ciência, este tão relevante e estimulante. A Prof. Weber e o Prof. Goldani nos brindaram com uma palestra brilhante seguida de um profundo debate sobre a homeopatia. Meus votos de boa viagem e sucesso na egrégia URI.
    Reitero a fortuna desta instituição pela recente "aquisição" para seu elenco de docentes.
    Forte abraço. Na expectativa de tua vinda ao nosso São Mateus da ULBRA.
    Guy

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  2. Caro Attico. A troca e a vivência dos últimos dias foram riquíssimas. Obrigado pela tua presença e pelos comentários instigantes. Amanhã, vamos à luta novamente. Rogo que tenhas uma estada produtiva em Frederico.
    Abraço grande, Éder

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  3. Muito estimados colegas Guy e Éder,
    foi muito bom estar com vocês dois na construção desta parceria intelectual. Vibro com o espaço para a Historia e Filosofia da Ciência que se emerge na UFCSPA catalisado pelo Departamento ‘das Humanidades’
    Desde Frederico Westphalen a admiração e a amizade
    attico chassot

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  4. Caro Chassot,

    pois temos mais um ponto de aproximação: por vários semestres ministrei aulas de Teoria do Conhecimento no Curso de Licenciatura em Filosofia do IPA. Confesso que foi uma das disciplinas que mais me encantou ministrar.

    Uma boa aula e bom retorno!

    Garin

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  5. Caro Chassot,
    Pelo jeito teus dias estão repletos, não só de atividades pós acadêmicas, como também na elaboração de pensamento abstrato. Você é um filósofo, disso não tenho dúvidas.
    Mas, meu comentário é sobre homeopatia. Segundo Richard Dawkins, não há como esse tratamento fazer qualquer efeito químico por causa das diluições, então, me parece, homeopatia funciona sim, só que pela vontade de cura do paciente. Abraços, JAIR.

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