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sábado, 23 de março de 2013

23.- UM ROMANCE SOBRE RELIGIÕES




Ano 7***  www.professorchassot.pro.br Edição 2425
Hoje a dica sabática está num espraiamento dos envolvimentos que tivemos — uns mais, outros menos — com os continuados surpreenderes do jesuítico-franciscano. Passada já uma novena da bombástica fumaça branca, a fuligem parece assentando. Espera-se sopros removedores / renovadores.
Trago comentários de livro que li há mais de cinco anos: A viagem de Théo - Romance das religiões de Catherine Clement foi, há um tempo, apontado como o homólogo de O mundo de Sofia. O que este representou para a Filosofia, aquele significa para as religiões. Esta resenha a escrevi originalmente para o extinto sítio ‘Leia Livros’ da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
CLEMENT, Catherine A viagem de Théo - Romance das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, 626 p. ISBN 85-7164-819-0
Em A viagem de Théo, Catherine Clement (foto), uma francesa nascida em 1939, que estudou Filosofia e Ciências Humanas. 
Autora de mais de 30 livros traduzidos em 24 idiomas. Hoje mora na África, nos leva a fazer uma viagem maravilhosa pelo Planeta, com dois personagens centrais – Théo e Tia Marthe –para conhecer as relações de homens e mulheres com o sagrado.
Théo é um jovem adolescente francês, que mora em Paris, vive com o pai, a mãe e duas irmãs e tem uma namorada senegalesa. Gosta daquilo que os adolescentes gostam música, computador, namorar; mas também gosta muito de livros e de estudar sobre religiões. Repentinamente, Theo é acometido de grave e desconhecia enfermidade. Vem em seu socorro, tia Marte. Ela é uma figura extravagante, quando jovem casara-se com um japonês na Tailândia e cinco anos depois se separa para tornar-se mulher de um banqueiro australiano, do qual depois se torna uma rica viúva e uma dama cosmopolita, que esbanja vitalidade. Quem ganha com isso são os sobrinhos. E nesse contexto que tia Marthe salva Théo.
A proposta da tia é tirar o menino da cama e lhe mostrar ao vivo aquilo que vira nos livros. Empreendem uma viagem que começa em Jerusalém e segue-se por muitas outras cidades das quais algumas são Cairo, Tóquio, Jacarta, Nova York, Roma, Delfos, Dacar, Moscou, Istambul. Nessas diferentes estadas, mesmo que a centralidade seja a religião, a autora vai nos envolvendo com outras produções culturais locais e nós leitores nos tornamos viajores partícipes das emoções de Théo e Marthe. Ocorre que esta não é apenas uma grande conhecedora da geografia e da história dos locais visitados, mas também tem conhecimentos acerca das diferentes religiões, trazendo respostas muito enriquecedoras às continuadas interrogações do sobrinho.
Objetivo é ver e estudar, e até viver, localmente as razões pelas quais homens e mulheres se aproximam de uma determinada religião e porque a vivem tão intensamente. E mais, por que tantos têm vontade, ou até sentem necessidade, de ter uma vivência espiritual? Por queoutros que se sentem mais sendo ateus? Ou outros são religiosamente agnósticos?
Assim Théo e tia Marthe viajam a lugares onde querem encontrar os fundamentos do catolicismo, do judaísmo, islamismo, protestantismo, budismo, taoísmo. Visitam templos, locais sagrados, participam de festas e rituais. Essas participações usualmente são por demais envolventes, mesmo àqueles que nelas se envolvem (apenas como expectadores) sem professar determinada religião. Se contar que no roteiro da viagem se inclui Salvador, podemos imaginar a dupla conhecendo os ritos afro-brasileiros e o entendimento do sincretismo que se faz com os rituais e com os santos do catolicismo.
Vale destacar que o livro de mais de 600 páginas apresenta um extenso (10 páginas) índice remissivo que se faz de excelente aplicabilidade pois é apresentado em quatro formatações diferentes, facilitando o acesso a: i) nome de lugares; ii) religiões e seus adeptos; iii) nomes de pessoas e entidades mitológicas ou lendárias; e, iv) palavras ligadas a uma religião ou a uma prática religiosa.
Por esta apresentação, acredito que as leitoras e os leitores deste blogue que quiserem conhecer acerca das histórias das religiões poderão fazer companhia a dupla. Muito provavelmente viajarão em um mundo que trará revelações

3 comentários:

  1. Identifiquei uma semelhança ao estilo do blog do Mestre Chassot, em suas sendas sempre nos traz algo de curioso e novo do local visitado.Quanto ao tema do livro, já disse Seneca que "o homem é o único animal com consciência de finitude", daí a necessidade que temos de acreditar em algo que nos dê uma esperança de eternidade.Interessante que diante deste comentário muitos retorquiram alegando que os elefantes seguem para um lugar específico quando sentem que vão morrer, ou que os bois no matadouro entoam um lamento de despedida com mugidos tristes. Eu lembraria ainda "O canto do cisne" expressão muito usada na medicina que classifica aquele doente muito grave que tem um melhora repentina se despede da familia e morre. Essa expressão tem origem no fato de que os cisnes não emitem som algum durante sua existência, só emitindo um triste canto antes de morrer. Porém tais explicações não contradizem Seneca, pois é diferente saber que vai morrer, e nascer com a consciência de que a vida tem início, meio e fim, esta é apenas inerente ao homem.

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Limerique

    Proselitista, professor, bom cristão
    Dica Chassot uma vez mais no sabadão
    Promessa de leitura
    Rescendendo cultura
    Bom livro desta vez sobre religião.

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