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domingo, 30 de novembro de 2014

30.- UMA PAVANA PARA DESPEDIR NOVEMBRO


ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2973
Vou contradizer-me. Domingo falei que as blogadas domingueiras deveriam ser ligeiras e faceiras. O assunto de hoje tem outra marca. O texto é de Antonio Prata e circulou em diferentes jornais no domingo pretérito. Vale lê-lo e discuti-lo
#precisamosfalarsobreaborto O título desta coluna é um manifesto lançado na semana passada pela revista "TPM" (goo.gl/5bo1x9). Como participo da campanha, acho que o mínimo que posso fazer é falar sobre o assunto.
Das pessoas de quem mais discordo, as com quem mais concordo são as contra a descriminalização do aborto. Afinal, elas são contra o direito de as mulheres interromperem a gravidez pela mesma razão que eu sou a favor: respeito à vida.
Uma vida é algo precioso, raro, sagrado: assino embaixo e reconheço firma em cartório. Justamente por pensar assim, acredito que uma criança só deve vir ao mundo porque seus pais quiseram, não porque tiverammedo de ir pra cadeia. Entre um bebê que cresce sem amor, em casa ou num orfanato, e uma gestação interrompida até o terceiro mês, a segunda opção me parece, de longe, a menos ruim.
Não estou dizendo que uma gravidez indesejada desembocará, necessariamente, numa criança mal-amada. Muitos bebês que surgiram mais por conta do desejo de um adulto por outro do que pelo desejo dos dois de terem um filho acabam se transformando numa grata surpresa. Mas se um casal (ou uma mulher) decide ter esse filho não planejado, ele passa a ser um filho planejado: se não com anos, ao menos com alguns meses de antecedência. Ele é uma escolha, não uma vítima do nosso arcaico Código Penal.
Como já sabia Vinicius de Moraes, criar um filho não é nada fácil ("Mas se não os temos..."). A noite passada acordei às três e às cinco da manhã pra consolar minha filha, que, gripada, chorava no berço. (Dava pra ver nos olhos dela a indignação: "O nariz não tá funcionando! Eu tô tendo que respirar pela boca! É ultrajante! Faça alguma coisa!") É preciso todo o amor do mundo -e uma profissão que não te obrigue a acordar às seis da matina- pra ver graça numa hora dessas.
Fico imaginando a estudante de 15 anos que casou às pressas com o primeiro namorado, um motoboy de 18, largou a escola e foi morar num puxadinho na casa dos sogros, no mesmo quarto que o bebê. Fico imaginando o motoboy ouvindo o choro às quatro, já misturado às buzinas que ouvirá a partir das sete, para ganhar uma merreca que será inteiramente convertida em Hipoglós e fraldas da Mônica. Fico imaginando o futuro dessa criança.
Ser feliz não é nada fácil. O cérebro humano, esse computador genial e incompetente, inventa aviões, concebe romances e pinturas com mais facilidade do que nos faz feliz. Que o digam, ou melhor, não o digam, Santos Dumont, Hemingway e Van Gogh, que jogaram a toalha.
Uma pessoa com todas as condições para a felicidade — comida, um teto, amor, estudo — tem grandes chances de nunca alcançá-la. Imagina só uma criança que ninguém quer, que chega ao mundo com o ônus de ter esculhambado a vida dos pais? Deus do céu: existe coisa mais terrível do que um orfanato? Bebês e crianças sem pai nem mãe, esperando que algum dia alguém os leve consigo?
Um feto de algumas semanas que não vem ao mundo é uma coisa triste, sem dúvida, mas uma criança que cresce sem amor é uma tragédia —comparável a das meninas e mulheres que, dia sim, dia não, morrem tentando abortar ilegalmente por este Brasil afora. Tucanos e petistas, crentes e ateus, sem-teto e playboys: por respeito à vida, precisamos descriminalizar o aborto.


sábado, 29 de novembro de 2014

29.- MEMÓRIAS DE JULY, A ESCREVINHADORA

ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2972
Esta é uma edição muito especial. Há alguns dias, tive uma surpresa. Recebo o anúncio que uma neta de meu irmão José Maria (1948 — 1996) fora laureada com medalha de bronze por uma produção literária. Isso me fez muito orgulhoso. Convidei, por tal, minha sobrinha-neta July Chassot para contar suas emoções. É dela o relato que segue. Após este, a crônica que mereceu láureas.
Vivi uma experiência inédita. Participar da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, gênero textual Crônica. Mesmo que já tivesse conhecimento desta Olimpíada desde 2012, a pensava parecida a Olimpíadas de Brasileiras de Matemática (tratando apenas de gramática). Vi que esta consistia na elaboração de textos. Entusiasmei-me, estimulada pela Professora Luciane Fernandes Rodrigues (que está na foto com July), do Instituto Estadual de Educação Miguel Calmon, no Salto do Jacuí. Escrevi uma crônica: O elevador da minha infância. Evoco, agora aos 14 anos, uma historia de anos passados vivida por minhas duas tias e minha mãe (Conto minha historia como se eu fosse minha tia de 33 anos, Patrícia Chassot.). Meu texto foi selecionado na escola, no Município e depois no Estado e por fim me tornei uma das semifinalistas. Foi bem difícil chegar à semifinal, pois foram 5 milhões de alunos envolvidos em todo o país e 140 mil textos inscritos
Isso me ensejou três dias e meio de experiências inesquecíveis em Porto Alegre. Fui à Feira do Livro, ao Museu de Artes do Rio Grande do Sul, a exposição de Moacyr Scliar, a Casa de Cultura Mario Quintana (Onde pela primeira vez fui olhar um teatro.). Além disso, conheci pessoas de todos os cantos do Brasil, fiz amigos e aprendi muitas coisas que vão ser úteis para meus próximos registros de aventuras; quero dizer, meus textos
O elevador da minha infância Em um dia chuvoso partíamos de Venâncio Aires para uma nova aventura. Iríamos para Salto do Jacuí. Com o caminhão já carregado, conferimos se estavam todos presentes dentro do fusca branco. E estavam. Mãe, pai, minha irmã de quatro anos, minha outra irmã de seis anos, eu com três anos e nosso cachorro de raça Fila. No início da viagem foi tudo muito divertido. Cantávamos, brincávamos e imaginávamos como era esse tal lugar chamado Salto do Jacuí.
Mas depois foram terminando nosso repertório de brincadeiras, e foram mais ou menos cem quilômetros de puro e total tédio. Como a estrada era de terra batida, estava chovendo e havia muitos buracos, balançávamos bastante. Pode parecer bobo, eu sei, mas a cada sacudidela mais forte, ou cada vez que uma de nós batíamos a cabeça no vidro, riamos muito. Em certo momento, meu pai decidiu que deveríamos fazer uma escolha de suma importância para nossa família. Tínhamos de escolher quem tiraríamos do carro. Nossas opções eram: eu e minha irmã de seis anos ou o cachorro (Predileta do meu pai, minha irmã de quatro anos sequer entrou em votação.). Depois de uma votação muito acirrada, que resultou em três a dois, optamos por deixar o pobre cão na estrada. Andamos um pouco mais, até encontrarmos um vilarejo onde o fila pudesse ser rapidamente adotado.
Algum tempo depois, com nosso fusca já não tão branco, chegamos a Salto do Jacuí, “A capital gaúcha da energia elétrica”. Nosso pai foi nos contando sobre a cidade. O bairro onde ficaríamos pertencia a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), empresa onde ele iria trabalhar. O bairro era como uma pequena cidade. Tinha banco, mercado, igreja, padaria, hospital, escola, estação de tratamento de água, e, o mais importante a Usina Leonel de Moura Brizola. Tudo estava lá por “culpa” da usina. O mercado, o banco, e tudo mais. Até nós estávamos lá por culpa da Usina, pois seria lá que nosso pai trabalharia.
Para nós, crianças, o mais legal da Usina era o elevador. Tínhamos de descer para chegar ao andar das turbinas, onde entregaríamos uma vianda ao nosso pai. Quando nossa mãe nos dava o lanche dele, às vezes saíamos em disparada para ver quem ganhava a nossa grande corrida, e às vezes caminhávamos com muita calma, sem fazer barulho, porque queríamos “escutar o silêncio” enquanto caminhávamos. Até chegarmos lá. Então caminhávamos e cumprimentávamos a todos na Usina, nos apresentávamos ao guarda e entrávamos ao elevador.
Que emoção! Bem devagar (como se fosse em câmera lenta) pressionávamos o botão para o andar das turbinas e esperávamos ansiosamente o solavanco que nos levava para baixo. Aquilo era muito bom, a sensação de descer sabe... Mas os anos foram passando. E o elevador, a graça foi perdendo. Lembro-me da última vez em que descemos, minhas irmãs e eu. Minha irmã de quatro anos, agora tinha quatorze. Minha irmã de seis, dezesseis; e eu, com três, agora tinha doze.
Lembro-me daquele momento com profunda tristeza, pois parecia que estávamos enterrando eternamente uma parte de nossa infância. Sei que a decisão foi nossa, mas não queríamos mais sentir que estava perdendo a graça, não queríamos ter momentos chatos no elevador. Então, lentamente apertamos o botão, esperamos e descemos. Entregamos o lanche ao nosso pai, voltamos ao elevador.
E pela última vez subimos...

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

28.- ACERCA DE UMA CERCA DE OUTDOORS

ANO
 9
A R A C A J U – S E
EDIÇÃO
 2971

Mesmo que na portada haja referência à postagem em Aracaju, quando a maior parte dos leitores acessar esta edição já estarei de retorno adiantado.  Deixo a capital do menor estado brasileiro às 02h43min (hora local) para chegar a Viracopos às 06h28min. Daí parto às 07h53min para uma provável chegada em Porto Alegre às 09h54min. Encanta-me essas previsões tão precisas, usualmente não cumpridas.
Ainda hoje tenho três pontos de agenda. Dois são continuação de atividades quinzenais no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão. Às 13h30min com Norberto Garin e Ricardo Pavani encerro uma a oficina de escrita: A arte do escrever Ciência com Arte. Vamos discutir ‘a lição de casa’: redigir uma resenha crítica acerca do manifesto da Sociedade de Genética acerca de Ciência e Criacionismo. À noite, então com a parceria do Garin e da Marlis Morosini Polidori, vamos ter uma segunda rodada de discussões acerca as incertezas na Ciência a partir das revoluções científicas.
No interregno das duas ações recebo cinco colegas professores da Universidade Federal do Mato Grosso — Elane Chaveiro Soares, Marcel Thiago Damasceno Ribeiro, Jaqueline Aparecida dos Santos, Donizete Carnelo Louzada e Gerti Lucia Theisen — em uma jornada de estudos em Porto Alegre e me distinguiram colocar em suas agendas.
Na tarde de ontem em Aracaju fui gratificado por ter vencido a sensação de desconforto que conferência de quarta me provocou por problemas solares no auditório. A palestra “Uma prática indisciplinar: Saberes primevos, fazendo-se saberes escolares, mediados por saberes acadêmicos” teve outro cenário. Saiu tudo muito bem.
Um significativo momento de turismo ontem foi a visita ao centenário mercado de Aracaju. Fui conduzido pela Marilene — é muito grato ver uma ex-aluna do mestrado na Unisinos, professora doutora de uma universidade federal —. No mercado comprei farinha de mandioca, feijão de corda e pimenta em conserva. Do mercado levo ainda castanhas de caju, enviadas pela Marilene à Gelsa, sua orientadora de mestrado. Marilene e eu, almoçamos no Mercado, aonde a atração era as sobremesas, com a companhia da Edineia e Gicélia.
Quando nos sentimos alienígenas em outra cidade surgem logo detalhes que nos alertam. Nas andanças (aeroporto, hotel, Campus da UFS em São Cristóvão) fui despertado para o grande número de diferentes outdoors vendendo Educação Básica. É impressionante o número de escolas privadas anunciando seu produto a clientes fidelizados durante 2+9+3 anos. Esse produto acena com a garantia de uma universidade pública de qualidade durante cinco anos.
Segundo ouvi a Escola de Educação Básica pública (municipal e estadual) é apresentada como sucateada e em descrédito.  Isto faz aflorar escolas particulares que prometem formar cientistas desde a educação infantil. Claro que alardeiam a garantia de acesso ao limbo da universidade pública. Aliás, aqui o ensino universitário privado nem se assemelha a voracidade da escola privada.
Agora, sonhar com voltar a Aracaju, atendendo indicações como a realizada pela Leilane, para esta jornada pibidiana. Já recebi acenos de convites.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

27.- DO DIÁRIO DE UM VIAJOR


ANO
 9
A R A C A J U – S E
EDIÇÃO
 2970

Talvez possa parecer algo nada tão fantástico, todavia, me encantei. Na tarde de ontem, quando fazia uma palestra em Aracaju e lembrava-me que já era dia claro quando deixei Porto Alegre, a cerca de três mil km. Tal me pareceu algo merecedor de uma curtida, para falar a linguagem do FB.
Mais mais significativo, porém, foi o local de minha fala e o quanto este me envolveu. Os três eventos [I Encontro Anual do PIBID / II Seminário PRODOCÊNCIA / Formação Docente em Debate] reúnem cerca de 1,8 mil participantes. Como a Universidade Federal do Sergipe não dispõe de auditórios grandes, falei num imenso espaço aberto sob uma cobertura. O sol inclemente, não só tornava invisíveis minhas lâminas, como determinava uma cíclica migração das cadeiras da plateia. Poucas vezes me senti tão desconfortável em uma conferência.
Toda essa situação foi compensada por uma muito grande atenção. A maneira carinhosa como os jovens estudantes manifestaram sua adesão a fala foi muito gratificante e mesmo reconfortante. Isso foi traduzido por pedidos de autógrafos em livros e de fotos.
 Por tal, é muito gostoso estar mais uma vez em Aracaju. Ela me encanta com sua orla arborizada. Minha primeira estada aqui, foi há 20 anos, a convite da prof. Djalma Andrade, que ontem prestigiou minha presença. Em outra ocasião fui estando aqui fui conhecer o Rio São Francisco, levado pelo Prof. Paulino, então vice-reitor da UFS. Outro momento aqui foi em 1998, no final da copa do mundo de 1998, quando o Brasil perdeu para a França.
Neste ano, em julho aconteceu algo que vale repetir. Cheguei a Aracaju, afônico, provável consequência de duas falas fizera no Rio Grande do Sul no dia anterior. Na viagem de Aracaju para Itabaiana, quase não pude conversar com o prof. Hélio que, atenciosamente, fora me esperar. O motorista que ouvia as discussões sobre agenda: uma palestra à noite e no dia seguinte duas falas e mais uma banca, perguntou-me: “o senhor deseja a sua voz de volta? “Claro que quero!” E a aí o Jeferson foi categórico: “Deixa comigo!” Entre sussurros, fiz-me interrogante, pensando minha fala da noite. Ele não sonegou a receita de sua poção mágica? Conhaque de alcatrão de São João da Barra, mel e um pouco de pimenta. Fizemos um desvio na viagem. Fomos à Areia Branca, município lindeiro de Itabaiana. Havia um ingrediente que não estava em uma botica, mas numa bodega. O trecho final da viagem fiz sorvendo a preparado que o bodegueiro antes abençoara. Pensamento mágico funciona. Basta crer. À noite, falei, por mais de duas horas a alunos e professores do PIBID. Ontem, pensei que precisaria chamar o Jeferson de novo.
Nesta quinta tenho mais uma fala. Quando a madrugada de sexta estiver começando inicio meu retorno. Há uma agenda em Porto Alegre, para encerrar o fugaz novembro.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

26.- UMA PAVANA PARA UM TOMBO INDESEJADO

ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2969

Graça a mobilidade de tempos não tão remotos, deixo Porto Alegre, hoje às 6h e no final da manhã estarei em Aracaju. Às 14h30min, com a conferência Das disciplinas à indisciplina participo da abertura de três eventos: I Encontro Anual do PIBID / II Seminário PRODOCÊNCIA / Formação Docente em Debate na Universidade Federal de Sergipe, no Campus de S. Cristóvão. Amanhã tenho uma outra palestra.
Estive indeciso, dentre três títulos [Uma pavana para um tombo indesejado ou A genealogia de uma queda ou Uma crônica para um tombo anunciado], qual elegeria para capitular da edição do blogue desta quarta. Optei pelo primeiro para homenagear meus alunos do curso de Música, pois foram quase os primeiros que me acolheram, após incidente-mote. Pavana é uma dança espanhola grave, séria (usualmente triste), e de movimentos pausados.
Mas eis o relato indesejado. Minhas terças têm no seu inicio uma agenda fixa: Academia (das 7 às 8h) e Fisioterapia (das 8h10min às 9h). Moro entre os dois locais destas atividades. Ontem, quando deixava o segundo compromisso, depois das atenções da Luciana e da Suzana, esta me disse: “Cuida-te!” Respondi, já no corredor: “Cuidemo-nos!”.
Já havia ascendido, na ida, sob chuva, a Mariante, atapetada de flores de jacarandá. A volta, tinha uma descida, de menos de 50 metros, em uma calçada de basalto, que parecia tintada de anil, tal a florada que a cobria. Chovia. Havia necessidade de guarda-chuva.
Realmente, tinha presente que precisava cuidar-me. Cuidava-me.
Escolhi como trilha de descida, junto à cerca do prédio que medeia o edifício da clínica e aquele que eu moro. Já vencera invicto mais de 2/3 do trajeto. Julgava-me um vencedor. Mas.... perdi o galardão.
Caí. Acredito que fi-lo com certa solenidade. Se é que exista isso em um tombo.
De tombado, fiz-me ereto. Uma vez mais, de guarda-chuva em punho, cheguei a minha morada, por calçada ainda mais espessamente atapetada com flores.
Só então, alertado pelo Jonathan, na portaria, tomei conhecimento que meu cotovelo direito sangrava.
Local da queda, fotografado 3,5 horas depois, já com sol, e muito menos flores. 
Quando, menos de uma hora depois, ainda sob chuva, saí para ir ao encontro dos estudantes de Ética, Sociedade e Meio Ambiente (narrado aqui ontem) sou informado que depois de minha queda, houve outra vítima. 
Era uma queda (quase) anunciada. E o quase foi subtraído.
Ainda assim, não compactuo com aquelas e aqueles que querem a remoção de alguns seculares jacarandás, com o argumento que o tempo condenou as árvores. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

25.- DO DIÁRIO DE UM MESTRE ESCOLA

ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2968

No final de julho, contava aqui, que entre outros encargos docentes, em 2014/2 lecionaria pela primeira vez a disciplina Ética, Sociedade e Meio Ambiente. No Centro Universitário Metodista do IPA é uma disciplina obrigatória para as licenciaturas. Mesmo quando se está no 54º ano de magistério uma disciplina nova é um grande desafio.
A turma que tenho é nas manhãs de terças, para um grupo de 30 alunos da Licenciatura em Música. A maioria são músicos profissionais, alguns com extensa experiência. Vêm à Universidade para obter habilitação para exercerem o Magistério. Há também um aluno de Pedagogia no grupo, há muito envolvido com Educação. O grupo traz uma riqueza de saberes muito densa e as aulas são seminários (no seu sentido etimológico) onde vicejam saberes significativos.
Nesta terça, em nosso 18º encontro do semestre, teremos uma avaliação. Quando terminei de elaborar o instrumento para a coleta de informações acerca do aproveitamento dos discentes, ao contemplá-lo, senti-me gratificado. Os alunos deverão responder a oito questões fazendo uma auto avaliação de seus fazeres e de suas discussões. Permito-me exemplificar quatro itens, aqui, para compartir uma das experiências deste semestre.
2.- O filme O pesadelo de Darwin assistido em 19 de agosto foi significativo para mim, pois ________. E quanto à resenha que escrevi destaco __________
3.- A pesquisa de campo realizada em 23 de setembro (acerca de alterações no meio ambiente) me envolveu, em pareceria com __________ foi marcada pela descoberta de ___________ Justifico a importância do relato de nossa dupla, pois ___________ Quanto aos relatos de outros grupos nas terças subsequente destaco, para minha formação, o que segue: __________
5.- Acerca de discussões de temas envolvendo dimensões éticas trazidos à sala de aula, manifesto-me (sabendo que uma opinião divergente não me prejudicará) assim acerca de três assuntos:
5.1.- Eutanásia _______________________________________ _____
5.2.- Descriminalização do aborto ______________________________
5.3.- Reorientação sexual (cirurgia para) ______________________
6. Acerca da eugenia, depois de assistir em 18 de novembro o filme Homo sapiens, 1900 posiciono-me__ ________
Mesmo antes de amealhar as respostas, autorizado pelo que conheço do grupo, vibro como a minha primeira edição de Ética, Sociedade e Meio Ambiente. Já prelibo um próximo semestre.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

24.- ¿COMO VOCÊ LÊ ESTE BLOGUE?


ANO
 9
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EDIÇÃO
 2967
Li, neste fim de semana, que em data deste novembro, pela primeira vez, mais usuários acessaram o site de um grande jornal brasileiro pelos smartphones do que pelos computadores. E daí? Daí que provavelmente este blogue seja, nos dias atuais, cada vez mais acessado por smartphones.
Sendo isso veraz, nestes quase nove anos de blogue, mudou a maneira de como os leitores leem meus blogares. Eu continuo com mesma maneira de editar. A situação, agora, é outra.
Há pelo menos duas consequências: a primeira, algo que consome tempo é formatação e editoração de imagens, onde tenho o cuidado de definir o que vai à esquerda ou à direita ou no centro; isto se perde no smartphone. A segunda, texto extensos são impalatáveis em smartphones, logo vou perseguir muito esta segunda consequência; farei textos menores.
Em geral, meu primeiro acesso ao blogue, faço-o pelo smartphone (até para ver se ele entrou em circulação, quando de uma prepostagem. Então desejo que meus leitores vejam em computador o mesmo em tablete. Isso é cada vez menos provável.
Leio, na mesma notícia que pesquisa divulgada em outubro no Reino Unido, com 2 mil usuários, revelou que eles consultam o celular 221 vezes, em média, por dia, num total de três horas e 16 minutos dedicados ao aparelho. Que loucura! O que é mesmo que a gente fazia nessas três horas quando o celular não tinha acesso à internet?
Parece que o texto é suficiente para desejar uma boa semana a cada uma e cada um. Ainda um convite: leiam depois esta blogada num computador (de verdade) ou num tablete.

domingo, 23 de novembro de 2014

23.- TALVEZ, UM EQUÍVOCO... PERPETUADO


ANO
 9
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EDIÇÃO
 2966

Parece que as blogadas domingueiras devam ser amenas e ligeiras. Há dias, em uma das aulas na Universidade do Adulto Maior, eu comentava acerca dos monges copistas no medievo. Narrei que muitas das artísticas produções eram feitas até por analfabetos, que copiavam por semelhança. Houve então quem contasse uma pequena anedota concernente.
Dias depois recebi o texto de meu amigo Luiz Carlos Naujorks, que é saudade na evocação de saborosas charlas, em viajadas Passo Fundo / Porto Alegre depois de palestra. Eis a historieta:
Quem copia da cópia da cópia, pode multiplicar o erro...
Um jovem noviço chegou ao mosteiro, e, logo lhe deram a tarefa de ajudar os outros monges a transcrever antigos cânones e regras da Igreja.
Ele se surpreendeu ao ver que os monges faziam esse trabalho copiando, a partir de cópias, e, não dos manuscritos originais. Foi falar com o velho Abade e comentou que, se alguém cometesse um erro na primeira cópia, esse erro se propagaria em todas as cópias posteriores.
O Abade lhe respondeu que esse era a norma. Há séculos copiavam da cópia anterior; na verdade desde o início da Igreja, para poupar os originais. Mas admitiu que lhe parecia interessante a observação do noviço.
Na manhã seguinte, o Abade desceu até às profundezas do porão do mosteiro, onde eram conservados os manuscritos e pergaminhos originais, intactos e com a poeira acumulada por tempos imemoráveis...
Passou a manhã, a tarde e a noite, e ninguém mais vira o Abade. O último que o avistara informou que ele estava indo em direção ao porão. Preocupados, o jovem noviço e mais alguns monges decidiram procurá-lo.
Nos labirintos do mais profundo e frio compartimento do porão, encontraram o velho Abade completamente descontrolado, tresloucado, olhos esbugalhados, espumando e com as vestes rasgadas, batendo com a cabeça já ensanguentada nos veneráveis muros do mosteiro.
Apavorado, o monge mais velho perguntou:
— Mas, Abade, pelo amor de Deus!... o que aconteceu?
— IMBECIL! IMBECIL! IMBECIL o primeiro copista! Que o desgraçado arda no Inferno para sempre! CARIDADE!... era CARIDADE!
 Eram votos de "CARIDADE" que tínhamos que fazer... e não de "CASTIDADE"!...